A força da prevenção: o que realmente reduz o risco de câncer?
- Adriano Leno Santos
- 30 de jul.
- 2 min de leitura
A prevenção do câncer é um tema urgente e cheio de nuances. Embora o câncer tenha causas multifatoriais e nem sempre seja possível evitá-lo completamente, estudos recentes mostram que é possível, sim, reduzir significativamente o risco adotando escolhas e atitudes embasadas na ciência.
Para falar de prevenção, é preciso pensar em dois pilares essenciais: as nossas escolhas de vida e o acesso à informação e serviços de saúde. Compreender cada um deles – de maneira simples, mas sem perder o rigor científico – pode fazer a diferença para milhares de pessoas.
Escolhas que protegem: do dia a dia ao futuro
O estilo de vida é seu principal aliado na prevenção de vários tipos de câncer. Dez inovações médicas não substituem pequenas atitudes diárias que, mantidas ao longo dos anos, se mostram poderosas. Alguns exemplos claros:
Manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes, cereais integrais e com pouca carne processada, gordura e açúcar.
Praticar atividade física regular: a recomendação é pelo menos 150min semanais de atividade moderada, ou 75min de vigorosa.
Não fumar! O tabagismo ainda é o fator isolado mais relevante para surgimento de cânceres em diversas áreas do corpo. Aqui a prevenção realmente salva vidas.
Evitar ou reduzir ao máximo o consumo de bebidas alcoólicas.
Proteger-se do sol e evitar bronzeamento artificial, além de manter a vacinação contra HPV e hepatite B em dia.
Buscar manter o peso corporal adequado e dormir bem, pois dormir mal debilita defesas do organismo.

Adotar essas medidas pode evitar até 40% dos casos de câncer, segundo as instituições internacionais de saúde. É importante, porém, respeitar o momento de cada pessoa: mudanças pequenas, constantes e conscientes trazem mais resultado, e não devem ser encaradas como punição, mas autocuidado.
Informação, rastreamento e equidade: prevenção não é só escolha individual
A ciência hoje mostra que prevenção também depende de acesso a informações confiáveis, exames de rastreamento recomendados (como mamografia, papanicolau e colonoscopia), acompanhamento de profissionais e políticas públicas eficazes.
Mulheres e homens precisam ser estimulados a buscar o diagnóstico precoce – e, mais do que isso, ter condições para realizar consultas e exames, independentemente da classe social, região ou escolaridade.
Campanhas como Outubro Rosa e Novembro Azul tornaram a prevenção do câncer mais visível, mas ainda é preciso aprimorar o diálogo. Mensagens claras, livres de julgamentos e respeitando realidades culturais aumentam a adesão das pessoas e ajudam a evitar o medo, a culpa e a desinformação. Isso vale para câncer de mama, colorretal, colo de útero, pele ou outras localizações: quanto mais cedo detectado, maiores as chances de cura e qualidade de vida.
Em resumo: cuidar de si é um direito e um dever, e pode ser simples. Alimentar-se melhor, movimentar o corpo, evitar cigarros e álcool, usar protetor solar, vacinar-se e buscar acompanhamento periódico são as atitudes mais eficazes e acessíveis para se proteger do câncer.
Mas é fundamental que todos tenham acesso à prevenção, independentemente de sua condição. Porque prevenção é, também, justiça social.
Referência:
Organização Mundial da Saúde (OMS). Câncer. Atualizações e recomendações para prevenção. Publicado em 2025. Disponível em dados epidemiológicos e guias clínicos internacionais até junho de 2025.




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